Crítica | Jurassic World: Domínio - Mundo Jurássico BR

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terça-feira, 31 de maio de 2022

Crítica | Jurassic World: Domínio

Quando Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015) estreou — revivendo a franquia jurássica depois de 14 anos —, na crítica aqui do site demos alguns adjetivos ao filme: belo, assustador, grandioso, nostálgico e emocionante. De fato, o objetivo daquele filme, era reacender a chama jurássica no coração dos fãs e também de atrair uma nova geração. Objetivo cumprido. Jurassic World: Reino Ameaçado (2018) serviu como ponte para levar à história ao ponto em que Jurassic World: Domínio (2022) inicia: dinossauros à solta no mundo, coexistindo com os seres humanos.


O enredo se passa 4 anos após os eventos de Reino Ameaçado — onde após um leilão de dinossauros capturados da Isla Nublar e levados à Mansão Lockwood, bem como a fuga de alguns dos animais —, os dinossauros passam a viver entre os humanos, nos continentes. Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) e Owen Grady (Chris Pratt) seguiram uma vida juntos, protegendo Maisie Lockwood (Isabella Sermon), cujo rosto foi tornado público após a informação de que ela é o primeiro ser humano a ser clonado ser divulgada na mídia. Maisie é alvo de buscas da BioSyn, empresa liderada por Lewis Dodgson (Campbell Scott) que agora detém as patentes de engenharia genética de dinossauros. 

Paralelo a isso, a Dra. Ellie Sattler (Laura Dern) descobre uma plantação que está sendo destruída por uma espécie estranha de praga pré-histórica (que deveria estar extinta) e pede ajuda ao seu velho amigo Dr. Alan Grant (Sam Neill) para identificar o animal. Ao suspeitar do envolvimento da BioSyn no caso, Ellie recruta Grant para uma visita às instalações da empresa, para onde ela foi convidada pelo Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum), que trabalha por lá.

Após Maisie ser raptada por sequestradores contratados pela BioSyn, Owen e Claire iniciam uma busca pela garota, bem como pela filhote da Velociraptor Blue, que também foi levada. E é a partir daí que a história se desenvolve, em dois núcleos diferentes que eventualmente convergem.

Um ponto bem interessante sobre a trama é a forma como os personagens 'antigos' da franquia foram abordados na história. As justificativas para eles estarem ali foram bem plausíveis, não caíram de paraquedas. Além disso, tanto Grant, quanto Sattler e Malcolm têm um alto tempo de tela. Ponto positivo para Colin Trevorrow (O Livro de Henry) e Emily Carmichael (Círculo de Fogo: A Revolta), que assinam o roteiro e encontraram boas soluções para trazer de volta esses personagens. Outro personagem que está de volta é o Dr. Henry Wu (B. D. Wong), que ficou um pouco de lado em Jurassic World: Reino Ameaçado (2018), mas que ganha mais importância em Domínio e tem mais claras as suas motivações aqui.


Embora as premissas dos núcleos tenham sido boas, o filme se apressa muito no 2º e 3º atos e acaba tirando o suspense de algumas situações pela necessidade de partir para o próximo passo da aventura e terminar o filme nas 2 horas e 26 minutos (a maior duração de um filme Jurassic), que visivelmente ficaram apertadas para reintroduzir e introduzir tantos personagens.

Por falar em introdução, entre os novos rostos o destaque foi DeWanda Wise. A atriz norte-americana tem uma atuação leve e traz carisma e naturalidade para a pilota Kayla Watts, personagem que em certo ponto da história se junta a Owen e Claire na jornada em busca de Maisie. Outro novato na franquia é Mamoudou Athie, que vive Ramsay Cole, um executivo da BioSyn que, provavelmente pela necessidade de reduzir o tamanho do filme, é pouco desenvolvido e que nos deixa com vontade de conhecê-lo mais.

Já do lado de Claire, Owen e Maisie, a relação dos três é um ponto alto (sobretudo no 1º ato do filme). Nas iterações entre eles, o roteiro sai daquela pressa comentada anteriormente e fica mais leve e lento (na medida certa). A garota tem uma atuação excelente, por sinal. Isabella Sermon tem um futuro grande pela frente como atriz. Ao lado de Ariana Richards (Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros), é a melhor atuação de uma criança/jovem em toda a franquia jurássica.


A fotografia assinada por John Schwartzman (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros) abandona o tom azulado e colorido visto no 4º filme da franquia e traz um tom mais sóbrio, mas ainda explorando bons e bem-filmados planos abertos, assim como em World. Nas cenas em Malta, a fotografia muda para um tom mais amarelado (compreensível, mas exagerado em alguns momentos).

Nos efeitos visuais, há em Domínio a maior quantidade de cenas com animatrônicos desde Jurassic Park III (2001). Uma dessas cenas, inclusive, é memorável, para dizer o mínimo. Porém, há outras cenas em que a faltas de mobilidade dos animatrônicos acabou contrastando demais com outras cenas com dinos em CGI (computação gráfica). Não houve aqui a mesma habilidade que um dia Steven Spielberg teve de mesclar CGI com animatrônicos sem que o expectador soubesse a diferença. A preocupação de trazer de volta os robôs em tamanho real, no entanto, é louvável e trouxe sim maior realismo às cenas em que foram usados. 


Já a música de Michael Giacchino (Up: Altas Aventuras) faz apenas o arroz com feijão. Uma pena, já que a trilha de O Mundo dos Dinossauros por exemplo, teve excelentes momentos, bem como a de Reino Ameaçado. Os dois filmes tiveram temas marcantes, algo que não acontece aqui em Domínio. O filme tenta ainda replicar o tema de John Williams em alguns momentos, com raros acertos. E o tema do próprio filme não empolga. É a trilha sonora mais fraca dos 3 filmes da nova trilogia jurássica.

O 3º ato de Jurassic World: Domínio serve como um fechamento de fato para a história dos 6 filmes. Tem um final bem amarrado, sem muitas pontas soltas. Apesar de bem resolvido, faltou coragem ao diretor Trevorrow para inovar e surpreender dando um destino diferente a alguns personagens.
 
Jurassic World: Domínio cumpre o que promete: é o filme que encerra um ciclo que se iniciou lá em 1993 com Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros. Há muitas referências para os fãs que amam a franquia e também há diversão para quem só quer curtir um bom blockbuster. Esse filme não é, na opinião do autor, melhor que O Mundo dos Dinossauros (2015) e muito menos que o clássico de 1993; mas é, com folga, o 3º melhor filme da franquia jurássica. Poderia ter sido mais? Poderia. Mas ainda assim é um filme que aquece o coração dos fãs que tem Jurassic como uma paixão!


Crítica por Victor Vidal, para Mundo Jurássico BR.

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