Bayona afirmou que, ao ser contratado para dirigir Reino Ameaçado, ele leu aos livros de Michael Crichton, autor original de Jurassic Park, re-assistiu a todos os filmes da franquia, além de outros da série Indiana Jones, dirigidos por Steven Spielberg. "Ele [Spielberg] consegue introduzir humor de forma visual, além de tornar os personagens relacionáveis ao dar bom humor a eles e os fazer heróis com defeitos", disse.
Spielberg, que atua como produtor executivo do franquia desde Jurassic Park III (2001), deu liberdade a Bayona para trabalhar da forma que achava melhor. Durante o processo de edição do filme, ele assistiu e deu sua opinião, e então, o diretor trabalhou em cima das notas dadas pelo mestre.
Reino Ameaçado é a segunda maior bilheteria da franquia e arrecadou US$ 1.3 bilhão, o terceiro maior filme do ano. Bayona disse que, enquanto estava filmando, estava mais preocupado com a história e dar o seu melhor, mas quanto mais a data de estreia se aproximava, mas ele começava a se preocupar com o sucesso comercial. "Você começa a ganhar consciência de que o filme será exibido e as pessoas vão começar a falar a respeito dele. Sempre há discussões em que alguém quer apostar o quanto ele vai arrecadar. [...] Eu não gosto de fazer isso, pois sou supersticioso, mas o número que eu achei que faria era bem alto - U$ 1.2 bilhão", revelou o diretor.
Uma das maiores surpresas do filme foi a particição de Jeff Goldblum, que interpretou novamente, após duas décadas, o personagem Ian Malcolm. "Foi a primeira cena que eu li do roteiro. Eu acho que ela é uma boa conexão com o trabalho de Crichton, ele estaria orgulhoso dessa cena."
O roteiro é assinado por Derek Connolly e Colin Trevorrow, que retornam após a parceria de sucesso em Jurassic World (2015). Trevorrow também dirigirá o próximo filme da franquia, que estreia em 2021. "Colin é o arquiteto da franquia, a história foi criada por ele. Eu tentei, o máximo que pude, desenvolver as ideias dele e tratá-las da melhor maneira possível." Ele cita como exemplos de mudanças que ele realizou a cena de abertura ("Um grande momento de ação que te dá um gosto do que virá depois") e o leilão dos dinossauros, que, no roteiro original, era apenas uma venda dos animais.
Com o lançamento do Blu-ray e DVD do filme (que ocorreu no mês passado nos EUA e está previsto para 10 de outubro no Brasil), Bayona disse que preferiu não incluir cenas deletadas pois não havia nada significativo a adicionar. "A cena dos pteranodontes em Las Vegas, em vez de adicioná-la ao Blu-ray, nós a deixamos como pós-crédito".
Há, porém, cenas que estavam no roteiro original mas não chegaram a serem filmadas, como uma em que Claire e Owen estão andando pelo navio Arcadia, que transportava os dinossauros da Isla Nublar à Mansão Lockwood, em que eles abririam, por engano, a jaula de um dilofossauro enquanto procuravam pelo container da Tiranossauro rex. A cena não foi filmada pois o diretor achou que aquela sessão do filme já estava muito longa.
Uma cena que foi pensada um pouco mais tarde, para dar mais dinâmica às cenas do navio, foi a retirada de sangue da T. rex pelo Owen e Claire. "Nós não sabíamos o que fazer pois estávamos muito limitados em termos de espaço e de dinossauros que tínhamos. Como fazer uma cena de ação com dinossauros tranquilizados, dentro de jaulas, em um barco?", lembra o diretor. "Então eu tive a ideia de fazer Owen e Claire tirarem sangue da T.rex para fazer uma transfusão com a Blue". Durante a pós-produção, um editor teve a ideia de mesclar os vídeos-diário de Owen com a cirurgia da Blue, que, segundo Bayona, era o coração do filme. "Se a relação de Owen e Blue funcionar, todo o resto do filme funcionará".
Inicialmente, grande parte dos vídeos de diário (exceto o primeiro, que é exibido no início do filme, quando Owen está em seu trailer) não estavam no roteiro e todas as falas foram improvisadas por Chris Pratt.
Enquanto Jurassic World teve a Indominus Rex, Reino Ameaçado introduziu um novo predador: o Indoraptor. O diretor teve a ideia de fazer o dinossauro da cor preta com os dentes brancos para que, no escuro, só fosse possível distinguir os olhos e os dentes. "Eu realmente tentei criar algo icônico", afirmou Bayona. "Eu pensei nas garras e quis manter as batidinhas dos velociraptores, que foi utilizada da mesma maneira que em Jurassic Park".
O Indoraptor preto era para ser irmão de um outro animal da mesma espécie, porém da cor branca. "Nós queríamos criar um tipo de mitologia com o Indoraptor, uma história para torná-lo mais assustador, mas não havia espaço na história", disse o diretor. O plano era que o dinossauro da cor preta matasse o dinossauro da cor branca, em alusão ao assassinato bíblico de Abel por seu irmão Cain.
Para finalizar, o cineasta negou ter pensado em retratar dinossauros com penas, pois acredita que eles "não seriam assustadores".
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