ANÁLISE: O que o final de "Reino Ameaçado" significa para o futuro da franquia Jurassic? - Mundo Jurássico BR

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domingo, 1 de julho de 2018

ANÁLISE: O que o final de "Reino Ameaçado" significa para o futuro da franquia Jurassic?


Jurassic World: Reino Ameaçado definitivamente é um filme que leva a franquia Jurassic a um novo patamar. Com a Isla Nublar destruída, a Isla Sorna desabitada, e os dinossauros sendo levados para o continente, a saga jurássica vai a um novo cenário, onde o convívio de dinos com humanos se tornará necessário [e perigoso]. As cenas finais de Reino Ameaçado deixam os fãs curiosos para saber o que acontecerá neste "mundo jurássico" de agora em diante. E ninguém melhor que o Mundo Jurássico BR para trazer uma análise das consequências de tudo isso para o futuro da saga.

Como os dinossauros foram soltos?

Relembrando o que aconteceu no fim do filme: os dinossauros são levados para a mansão de Benjamin Lockwood no norte da Califórnia (EUA), com o objetivo de serem leiloados. Quando Blue, o Indoraptor e o Styghmoloch se soltam, tudo vai ao caos, e no fim, um vazamento de um gás letal obriga os protagonistas a tomarem uma decisão: deixarem os dinossauros morrerem nas jaulas e por consequência extinguirem estas espécies, ou os soltarem e verem o início de uma nova era. Quando pareciam ter decidido por mantê-los presos, a garota Maisie [vamos falar mais dela adiante] aperta o botão de abertura das portas e liberta os animais, soltando-os no mundo dos humanos. No filme, vemos cenas do Mosassauro solto no Oceano (esse foi solto no início do filme), vemos a T-Rex rugindo para um Leão em uma floresta e por fim vemos a cena da Velociraptor Blue rugindo com uma pequena cidade ao fundo.

"A vida encontra um meio."


Quando Michael Crichton escreveu Jurassic Park no fim dos anos 80, já se tinha um vasto conhecimento sobre biologia e paleontologia. E foi através disso que, em seu livro, ele criou uma [surpreendente] visão realista de como seria trazer de volta à vida os dinossauros. Para reviver seres como esses, seria necessário recorrer a diversos recursos de genética, ecologia e evolução. Além disso, teria de se criar um habitat adequado para eles viverem, o que exigiria inúmeros outros conhecimentos, como botânica, paleontologia, matemática e ciência da computação. Isso torna tudo muito difícil de se fazer, principalmente quando o objetivo é lucrar com um parque de diversões. Por isso, não é surpresa nenhuma que o Dr. Ian Malcolm tenha sido tão cético no primeiro filme, ponderando sobre o perigo de instabilidades inerentes a sistemas complexos. Malcolm estava certo, e a vida encontrou um meio.

Em seu retorno à franquia em Reino Ameaçado, Malcolm novamente alerta para os perigos dos dinossauros, que estão enfrentando sua extinção (ou reextinção) devido à erupção vulcânica da Isla Nublar. Mas desta vez, o discurso do personagem de Jeff Goldblum não é só sobre a loucura de pensar que se pode controlar a vida. Desta vez, é sobre a extinção da própria humanidade.

Os dinossauros soltos vão sobreviver?


Não se sabe ao certo quantos dinossauros foram soltos no fim do filme. No início do filme, Mills diz a Claire que seriam 11 espécies, mas poderiam ser mais ou menos dependendo das circunstâncias. Mas fato é que não foram muitos animais soltos. E isso é ruim para eles. Cientificamente falando, em biologia, a ideia de uma população mínima viável coloca em risco a sobrevivência de uma espécie por um longo do tempo, se existir apenas um certo número mínimo de indivíduos. Essas chances incluem desafios únicos que essa população pode vir a enfrentar, como desastres naturais, mudanças climáticas ou problemas genéticos. Além disso, esses animais são todos descendentes de clones, o que faz com que eles tenham uma grave carência de diversidade genética, o que é um problema porque a diversidade genética é o que permite que uma espécie se adapte ao seu ambiente.

Para piorar, esses dinossauros não estão mais geograficamente isolados, como em uma ilha onde possam ser protegidos de um mundo onde a média a temperatura global e os níveis de oxigênio são significativamente menores do que eram 65 milhões de anos atrás. Além disso, nas ilhas não haviam predadores naturais (além de outros dinossauros) e eles faziam check-ups médicos frequentes. Agora não há mais assistência médica e eles estão sujeitos a um clima completamente diferente, com diferentes flora e fauna, diferentes doenças e micróbios e ninguém para vigiá-los. Sem mencionar que agora, eles têm que lidar com a maior ameaça à sua existência que já enfrentaram: humanos.

Claro, alguns humanos sempre tentarão salvar e proteger uma espécie que está morrendo, como Claire, a fundadora do Grupo de Proteção ao Dinossauro (DPG). Mas alguns outros podem achar que esses animais são uma ameaça à existência humana, o que pode fazê-los usar de armas para acabar com os dinossauros. Claro, alguns serão difíceis de se encontrar, principalmente os menores, que podem se esconder facilmente na natureza.

"O poder genético foi libertado."


No fim de Reino Ameaçado, muita gente ficou pensando nos dinossauros que foram soltos, e achando que eles são uma ameaça aos humanos. Mas esqueceram de uma coisa: alguns dinossauros foram leiloados. E o DNA de alguns também está em poder de outras pessoas. Portanto, os dinossauros não são mais uma exclusividade da InGen. Como dito por Malcolm no filme, "o poder genético foi libertado e, é claro, isso vai ser catastrófico."

De agora em diante, ninguém sabe ao certo o que será feito com esses dinossauros leiloados e muito menos com os DNAs. E isso sim representa uma grande ameaça, porque até hoje, apesar dos problemas, a InGen e a Masrani sempre foram detentoras desse poder genético desde o início, então apesar dos problemas, essas empresas sabiam como lidar com tudo isso.

Mas a partir do momento que esse poder cair em outras mãos, as pessoas que o obtiverem vão tentar novas coisas, tentar "inovar", como Henry Wu já alertava em uma de suas falas em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros. E o agravante de tudo isso é que se algo der errado, não estamos mais em uma ilha, não estamos em um ecossistema controlado. Mas o que pode dar tão errado?

Dinossauros transmitindo doenças?


Em 2015, durante a campanha de marketing viral de Jurassic World, o site oficial da Masrani Global introduziu um tema que já havia sido citado no livro O Mundo Perdido, que inspirou o segundo filme da franquia [que na verdade, em nada se baseou no livro]. Quando houve essa atualização no site da Masrani, fizemos um post aqui no site especulando sobre o que esse tema impactaria no futuro da franquia. E agora é a ocasião perfeita para retomar essa discussão.


No livro O Mundo Perdido, o autor Michael Crichton introduz uma doença específica, que fazia com que a expectativa de vida dos dinossauros da Isla Sorna fosse diminuída, o que vinha causando um desequilíbrio no ecossistema da ilha. Veja um trecho do livro que esclarece um pouco mais o que é a "Doença de Príons (DX)":
"— Príons — disse Sarah — são as entidades mais simples causadoras de doenças, mais simples do que os vírus. São fragmentos de proteína. Tão simples que não podem invadir o corpo — têm de ser ingeridas passivamente. Mas, uma vez ingeridas, provocam doenças, nas ovelhas, uma doença no cérebro que ataca os seres humanos. E os dinossauros desenvolveram uma doença chamada DX, causada por uma remessa infectada de extrato de ovelha. O laboratório lutou durante anos para debelar a doença. (...) Os príons são excretados com as fezes. (...) Os comps são necrófagos, espalham a proteína pelas carcaças, infectando outros necrófagos. (...) Mordida a mordida, a infecção se disseminou outra vez na ilha."
Desde o início do livro Jurassic Park, é mencionado que "lagartos estranhos" tem sido vistos no litoral da Costa Rica. Inclusive, a cena que é exibida no filme O Mundo Perdido: Jurassic Park é, na verdade, adaptada do primeiro livro. A diferença é que no filme, Hammond diz que a garotinha era de uma família inglesa que aportou na Isla Sorna. Já no livro, a cena acontece na Reserva Biológica de Cabo Blanco, que não é na ilha e sim no litoral da Costa Rica, no continente. Em um outro trecho do livro O Mundo Perdido, fala-se que até o governo está preocupado com uma doença que vem se disseminando pelo continente, após os "lagartos estranhos" terem escapado da ilha:
"O governo está encarando o problema com muita seriedade. (...) Os epidemiologistas estão procurando a origem de um tipo estranho de encefalite, cujo número de casos vem aumentando, especialmente na costa. (...) Não é um vírus. (...) Não é uma bactéria. (...) É um mistério. Tudo o que os epidemiologistas sabem é que parece afetar especialmente os habitantes da zona rural, pessoas que convivem com animais. É uma encefalite verdadeira — dores de cabeça lancinantes, confusão mental, febre, delírio..."
Portanto, diante dos acontecimentos do fim de Reino Ameaçado, há uma grande oportunidade de que este tema de doenças seja abordado.

"Estamos causando nossa própria extinção."


Como na frase acima, em Jurassic World: Reino Ameaçado, as falas de Malcolm estiveram muito alinhados com o seu personagem nos livros. No filme, ele comenta sobre o ser humano poder vir a ser responsável pela própria extinção. Novamente no livro O Mundo Perdido, há um trecho muito interessante, onde ele comenta sobre essa possibilidade do ser humano ser o responsável pela próxima grande extinção na Terra:
— [A extinção] aconteceu cinco vezes neste planeta e nem sempre por causa de um asteroide. Todo o mundo se interessa pela mortandade do Cretáceo que acabou com os dinossauros, mas houve mortandades iguais no fim do Jurássico e do Triássico também. Foram graves, mas nenhuma se compara à extinção do Permiano, que matou noventa por cento da vida do planeta, no mar e na terra. Ninguém sabe o porquê dessa catástrofe. Mas eu me pergunto se não seremos a causa da próxima.
— Por quê? — perguntou Kelly.
— Os seres humanos são extremamente destrutivos — disse Malcolm. — Às vezes eu penso que somos uma espécie de praga que vai acabar com tudo o que existe na Terra. Nós destruímos tão bem que às vezes eu penso que essa é a nossa função. Talvez de milhões em milhões de anos apareça um animal que mata o resto do mundo, esvazia o convés e deixa a evolução prosseguir para sua fase seguinte.

Maisie é um clone


O fim de Jurassic World: Reino Ameaçado também nos fez uma revelação surpreendente e que também pode ter implicações para o futuro da saga jurássica. A garota Maisie Lockwood — neta do bilionário que financia a expedição para o resgate dos dinossauros — é um clone. Ou seja, assim como os dinos, ela foi criada através da engenharia genética. E ela pode ser centro de um debate moral: se ela tem o direito de viver, porque os dinossauros também não teriam?

Além disso, se for descoberto que Maisie é fruto do poder genético, muitos cientistas iriam querer usar a garota para fazer experimentos, o que significaria perigo para ela. No fim do filme, vemos ela em um carro junto com Claire e Owen, o que dá a entender que os dois são seus responsáveis agora. Isso, inclusive, é confirmado pelo roteirista Colin Trevorrow em entrevista recente.


Mas é claro que, Maisie só será alvo desses tipos de discussões, se as pessoas souberem que ela é realmente um clone. Há algumas dicas em Reino Ameaçado que sugerem que outras pessoas, além de Owen e Claire, sabem sobre a criança. Para onde foi, por exemplo, Iris (personagem de Geraldine Chaplin)? O roteirista Colin Trevorrow também já comentou sobre isso e não negou o retorno dela para o terceiro filme. E há algum motivo para isso. Certamente, se ela retornar, sua trama terá relação com a de Maisie.

Por outro lado, Maisie é a garota-propaganda ideal para defender os direitos dessas criaturas feitas pelo homem. Ela demostrou ter uma empatia única, através de sua inocência e bondade demonstradas. Na sua essência, a presença de Maisie traz uma nova discussão ética na franquia Jurassic Park.

Cena pós-créditos: dinossauros pelo mundo!


No filme, tivemos a primeira cena pós-créditos da franquia Jurassic. Esse é um recurso que vem sendo utilizado muito pelos filmes de super-heróis nos últimos anos, mas que normalmente não é muito usado em outros gêneros.

No caso de Reino Ameaçado, a cena pós-créditos apresenta um grupo de pterossauros voando em torno do que aparenta ser um arranha-céu ou uma torre de rádio. Quando a câmera abre, vemos que trata-se na verdade de uma réplica da Torre Eiffel em Las Vegas, nos EUA [imagem acima]. Apenas mais uma dica do que teremos em Jurassic World 3: dinossauros pelo mundo. Aliás, a última frase do filme, dita por Ian Malcolm deixa claro: "Bem vindos ao mundo jurássico."

Fontes consultadas: IGN, FSR, TOR.

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