Colin Trevorrow: "Claire faz a maior parte dos atos heroicos"

O cineasta Colin Trevorrow, a principal mente por trás da trilogia Jurassic World, concedeu uma entrevista ao fan-site The Bryce Dallas Howard Network, voltado à atriz que interpreta Claire Dearing nos filmes. O diretor, roteirista e produtor executivo contou detalhes sobre a evolução da personagem desde o roteiro original de Jurassic Park 4, como seu nome foi escolhido e a sua importância para a franquia.

Na primeira versão do roteiro do quarto filme da franquia Jurassic Park, que estrearia em junho de 2014 e tinha sido escrito por Rick Jaffa e Amanda Silver (Planeta dos Macacos: A Origem), a personagem de Claire se chamava Whitney e aparecia em apenas duas cenas. Trevorrow viu potencial na personagem e, quando reescreveu grande parte do roteiro, a tornou a protagonista. "Ela não estava impressionada com os dinossauros. Ela os via como itens de um negócio," afirmou. "Pegar um personagem que perdeu o seu rumo deste modo, e fazê-la se impressionar e respeitar essas criaturas, parecia ser uma verdadeira jornada." Owen, por sua vez, se chamava Vance e iniciaria o filme pulando de um avião, junto com seus velociraptores treinados, para caçarem traficantes colombianos.

O nome de Claire foi escolhido pelo próprio Trevorrow, pois ele parecia "difícil por fora, mas era amoroso", já o sobrenome Dearing veio do co-roteirista Derek Connolly, que brincou com a palavra "endearing", que significa "cativante".

Eventualmente, o filme seria adiado em um ano para que Trevorrow pudesse realizar a sua própria versão da história. Na hora de escalar os atores, ele contou com a ajuda do diretor de elenco John Papsidera, que o apresentou a Bryce Dallas Howard, por Skype. A atriz, que é filha do diretor Ron Howard e era uma conhecida pessoal de Steven Spielberg, cumpriu todos os requisitos para estrelar no papel principal. "Ela é mãe de dois filhos, muito afetuosa e um ser humano muito atencioso, mas é inegável que ela se parece com a Claire. Ela é meticulosa e organizada. Eu sempre gosto que os atores sejam versões de seus personagens, até em suas excentricidades," conta o cineasta. 

Quando a atriz foi escolhida, Trevorrow não precisou mudar o roteiro para se adaptar a ela, pois, segundo ele, "ela pode fazer qualquer coisa." Durante as gravações do primeiro filme, Bryce sempre matinha uma grande energia e um espírito alegre. "Há um momento em que todos estão exaustos. Era quatro da manhã e nós estávamos filmando de noite por duas semanas. Como diretor, eu preciso manter a energia e deixar todos felizes. Bryce sabe disso - ela cresceu nos sets. Então, ela vestiu uma cabeça de velociraptor que era usada pelos atores de captura de movimento e ficou andando por aí, como se fosse normal. Isso me fez sorrir," relembra o diretor.

A característica favorita de Claire para Trevorrow é que ela está no controle, mas ao mesmo tempo se mostra vulnerável. "Ela é como os dinossauros com armadura - com vários espinhos para se proteger," reflete o roteirista. "Ela é menosprezada por todos os homens que entram em contato com ela durante o primeiro filme, até pelas crianças, mas no fim ela faz a maior parte dos atos heroicos. Ela deixa de confiar na tecnologia para confiar em seus instintos, ela confia em si mesma em vez de confiar no sistema, e ela libera a T.rex. Eu amo como ela corre do dinossauro enquanto o protagonista masculino está escondido com duas crianças em uma loja," afirma.

Trevorrow ainda conta que Bryce acha que "Claire pode fazer tudo que os protagonistas dos filmes anteriores faziam, mas de costas e com salto alto". Ele finaliza dizendo que "ninguém vai falar sobre qual sapato ela está usando no terceiro filme. Ela e Owen terão um conflito maior nas mãos, com responsabilidades compartilhadas, além da necessidade de redenção. Essa é uma história forte que eu quero contar."